segunda-feira, 23 de maio de 2011

Economia venezuelana não desenvolveu outros setores por causa do petróleo

Bruno Rios - reportagem Porto Gente

Na segunda parte da entrevista exclusiva concedida ao Portogente, o presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil, José Francisco Fonseca Marcondes Neto, comentou o estágio de industrialização da Venezuela hoje e explicou que parte das dificuldades econômicas vividas pelo país de Hugo Chávez tem como origem a crise do petróleo e a transição para a economia diversificada.

Portogente - Em que pé está a industrialização da Venezuela? É ou foi tão forte quanto à brasileira?

José Francisco Fonseca Marcondes Neto – Está se industrializando. Era meramente agrícola na década de 1970. Mas com o advento do petróleo, tornou-se um país petroleiro. Como boa parte dos países produtores de petróleo, o país não desenvolveu outros segmentos. Sob o meu ponto de vista, o que prega o socialismo do século XXI, tão divulgado pelo presidente Hugo Chávez, é a igualdade social, mas levando desenvolvimento para a nação, através da industrialização, tecnologia. Por isto, o governo de Hugo Chávez tem feito diversas parcerias com o Brasil.

Portogente - A Venezuela está em uma crise econômica? Como superá-la?
O que existe na Venezuela são dois fatores: primeiro, o fato de ser um país petroleiro e o preço do petróleo afetar diretamente as demais questões econômicas do país. Segundo, por consequência, ser um país em estágio de transição entre uma economia dependente do petróleo para uma economia diversificada.

Portogente - A Venezuela tem alguma lição a nos dar quanto à logística? Como estão os portos, estradas e rodovias por lá?
Os portos venezuelanos precisam passar por grandes reformas para melhor atender às crescentes demandas de exportação e importação. O modal transporte de carga é praticamente rodoviário e hidroviário. Algumas estradas podem ser exemplo de manutenção.

Portogente – Para o senhor, o Brasil realmente impõe muitas barreiras burocráticas a quem deseja exportar?
Sem dúvida, mas já foi pior na década de 1980, por exemplo.

domingo, 22 de maio de 2011

BIOSForum - Brasil: Investimentos em Oportunidades Sustentáveis

O BIOSforum – Brasil: Investimentos em Oportunidades Sustentáveis – é uma iniciativa inovadora criada pela Federação Nacional das Associações dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (FENADVB) que visa estimular o debate e incentivar compromissos concretos para promover o crescimento sustentável do Brasil.

O BIOSforum conta com a parceria da Hill & Knowlton, uma das maiores agências de relações públicas internacionais e da AD VITAM, consultoria especializada em gestão de negócios.

BIOSForum 2011 – Encontro de Governadores A primeira edição do BIOSforum acontecerá nos dias 25 e 26 de maio de 2011, no Jockey Club de São Paulo. O encontro, em sua primeira edição, vai reunir os Governadores de todo o Brasil, entre outras autoridades. O BIOSforum 2011 – Encontro de Governadores será uma reunião multi-setorial e suprapartidária porque contará com a participação dos três poderes da República, dos três setores da economia, para debater a sustentabilidade, de forma democrática, permitindo assim a continuidade do progresso do Brasil.

Mais informações: http://www.biosforum.org

sábado, 21 de maio de 2011

Acordo de Itaipu pode agilizar decisão paraguaia sobre Venezuela no Mercosul

O governo brasileiro espera que o Senado aprove logo o acordo com o Paraguai que triplica o valor pago pelo Brasil para usar a energia de Itaipu não utilizada no país vizinho. O documento foi aprovado no início de abril na Câmara dos Deputados.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, acredita que a aprovação do acordo pelo congresso brasileiro repercuta na decisão paraguaia de aceitar a entrada da Venezuela no Mercosul.

"Temos muita confiança que consigamos fazer progressos rapidamente", afirmou Patriota sobre o tema, após encontro nesta terça-feira (3) com seu homólogo paraguaio, o ministro Jorge Lara Castro.

Há dois anos, o Brasil aprovou a entrada da Venezuela no bloco e desde então a decisão depende de análise do Congresso do Paraguai. Além do Brasil, Argentina e Uruguai também já ratificaram o ingresso da Venezuela.

O ministro do Paraguai também se mostrou confiante na aprovação do acordo firmado em 2009 entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente paraguaio, Fernando Lugo. Para entrar em vigor, entretanto, o texto precisa da aprovação do Parlamento dos dois países.

"Ambos os governos compreendem a importância de cooperar para ir superando as desigualdades e assimetrias", disse Castro. O plenário do senado discute o tema na tarde desta terça-feira.

Marco Aurélio Garcia, assessor de assuntos internacionais do Planalto, também disse estar otimista em relação ao ingresso da Venezuela no Mercosul. "A nossa expectativa é que [a entrada da Venezuela] seja aprovada. Esse é um problema da soberania paraguaia. Nós achamos que isso vai ajudar muito o processo de integração global da região, mesmo entre aqueles países que estão fora do Mercosul".

HONDURAS

Patriota afirmou ainda que conversou com o chanceler paraguaio sobre a anulação, pela Justiça de Honduras, de dois julgamentos referentes ao ex-presidente do país Manuel Zelaya.

"Foram levantados dois processos contra o Manuel Zelaya pelo sistema judiciário hondurenho, e com isso começa a aparecer um pouco de luz no fim do túnel. Esperamos que isso leve a um processo que permita a Honduras ser reincorporado ao convívio regional", afirmou o chanceler brasileiro.

O Brasil não reconhece o atual governo hondurenho, sob o comando de Porfirio

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Empresário brasileiro reclama de preconceito com a Venezuela

Porto Gente, Bruno Rios

O presidente da Federação de Câmaras de Comércio e Indústria Venezuela-Brasil, José Francisco Fonseca Marcondes Neto, concedeu entrevista ao Portogente e falou sobre a relação comercial entre os dois países, que segundo ele pode crescer ainda mais. Ele ainda reclamou de recentes declarações do senador Álvaro Dias, do PSDB do Paraná, que segundo o empresário são preconceituosas.

Portogente – O que o futuro reserva para a relação comercial entre Brasil e Venezuela?
José Francisco Fonseca Marcondes Neto – As relações comerciais cresceram muito nos últimos oito anos, durante a gestão do presidente Lula, tornando-se um dos principais destinos das exportações brasileiras. Os países são complementares em diversas questões comerciais, turísticas e culturais. Estas relações tendem a crescer muito, principalmente com o ingresso da Venezuela ao Mercosul como membro pleno, em especial no comércio com os estados do Norte e Nordeste do Brasil.

Portogente – Ter no comando da Venezuela um presidente polêmico como Hugo Chávez [foto] afasta ou atrai empresários brasileiros?
JFFMN -Não vejo problemas em ter Hugo Chávez como presidente. As relações comerciais aumentaram, e muito, durante o governo de Chávez e os empresários brasileiros são muito considerados e bem tratados pelo governo do país amigo.

Portogente - O senhor desaprova declarações como a do senador Álvaro Dias, que disse que a Vale passa por um "processo de venezuelização"?
JFFMN - Sim, estão rotulando o país vizinho, sem conhecer de fato a realidade. Fica um convite para que, antes de opinar desta forma preconceituosa, escutem a quem conhece a realidade venezuelana e se possível que viagem à Venezuela.

Portogente – Como a Venezuela e a PDVSA podem ajudar o Brasil nesse boom do petróleo que viveremos a partir do pré-sal?
JFFMN - PDVSA e Petrobras podem firmar acordos, não apenas para a construção de refinarias, mas também de trocas de tecnologia. Além disso, os empresários do Brasil têm espaço para investir em praticamente todos os setores, mas destacaria em especial a infraestrutura, indústria pesada, mineração e alimentos.