O Globo, Eliane Oliveira, de Caracas
CARACAS - Com a economia de seu país em recessão e a pouco mais de um mês das eleições para o Parlamento venezuelano, o presidente Hugo Chávez será fortemente beneficiado - sob o ponto de vista da política interna - com a visita de seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Até a tarde desta quinta-feira, as discussões giravam em torno da retomada dos projetos de construção das chamadas fábricas socialistas, em que Chávez usaria o peso do Estado e os recursos obtidos com a exportação de petróleo para que empresas brasileiras participem da implementação de indústrias, da transferência de tecnologia e de grandes obras de infraestrutura.
Na parte social, o Brasil vai transferir para a Venezuela a experiência do programa Minha Casa, Minha Vida, que inclui não apenas a construção de moradias populares, mas também a urbanização de favelas.
As altas cotações do petróleo vêm garantindo, na última década, a popularidade de Chávez. No entanto, ele próprio reconhece que o país necessita de indústrias para criar empregos e reduzir a dependência de importações de alimentos e produtos industrializados.
Se dependesse de Chávez, seriam instaladas pelo menos 200 fábricas socialistas. O Brasil, porém, poderia colaborar com pelo menos dez, em setores como siderurgia, embalagens, tubos de PVC, válvulas, papel e celulose e alumínio.
- Consideramos de fundamental importância a retomada das conversas em torno da industrialização, especialmente para as pequenas e médias empresas - disse o presidente da Federação das Câmaras de Comércio Brasil-Venezuela, José Francisco Marcondes.
Dados do Ministério do Desenvolvimento mostram que, nos primeiros seis meses do ano, as exportações para a Venezuela aumentaram 7% em relação ao mesmo período de 2009, totalizando US$ 1,778 bilhão. Já as importações de produtos venezuelanos saltaram de US$ 197 milhões para US$ 465 milhões.
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