Por Viviane Nunes
Dilma ganhou. E como disse o Estadão, em sua capa do dia 1º de novembro, a vitória é de Lula. Não sou especialista em política. Nem pretendo sê-lo. Mas sou cidadã. Estou com uma mistura de alegria e tristeza. Triste, porque Lula não será mais Meu presidente. E muito, mas muito feliz porque Meu país será governado por uma mulher.
E, pelo pouco que vi, uma mulher altiva.
Nos últimos oito anos, tive orgulho de ser brasileira. Vi Meu país se colocar ao lado das grandes ditas potências mundiais. Uma foto emblemática no Estadão: Bush, sentado ao lado de Mantega, sussurrava em seu ouvido. Não lembro a data, menos ainda qual a reunião. Mas o retrato ficou em minha mente. Quando isto iria acontecer?
Vi uma campanha pautada por críticas e acusações. Vamos nos lembrar de que não há santos. Vi poucas propostas de trabalho. Vi a imprensa fazer um papel muito estranho. Parecido com o que aconteceu na Venezuela. Vi capas de revistas colocando o presidente Lula em forma de porco. Vi televisões fazendo montagens de agressão. O próprio fascismo. E agora?
Segunda, pela manhã, ouvindo a Globo News, levei outro susto. Um positivo e outro negativo. O positivo: Alckmin, governador eleito de São Paulo em primeiro turno e com uma vitória mais-do-que-merecida e Aécio, senador de Minas, em entrevista, disseram: “estamos abertos ao diálogo”. Atitude inteligente, típica de líderes que trabalham em prol de seu povo. O negativo: um deputado, não me recordo qual, pois estava sem óculos e apenas escutando, disse: “serei oposição desde o primeiro dia”.
Ora. Então é ser oposição apenas pelo fato de não gostar do vermelho? Ou melhor: por estar com seus brios feridos? Não seria prudente fazer oposição àquilo que não será bom para o povo????
Domingo, voltando do Guarujá, onde meu marido vota, estava escutando a Rádio CBN. E ouvi uma pérola. Lucia Hippolito, uma jornalista que respeito muito, ao ouvir o comentário do apresentador, informando que Chávez já declarava Dilma como vencedora pelo Twitter, afirmou categoricamente: “Não acredito. Chávez tem Twitter? Eu o considero tão obsoleto.” Nonato, o outro jornalista, parecia tentar amenizar o espanto da colega: “Ele já tem há muito tempo”. Ele não só usa Twitter, como montou uma agência de comunicação, a Agência Venezuelana de Notícias, com informações diárias das ações governamentais. É igualzinho a EBC. Chávez tem aquele jeito popular de se expressar. Porém eu posso assegurar: é um dos homens mais cultos e inteligentes que já conheci em minha vida.
E, na minha cabeça, ficou claro que o importante para muitos é ridicularizar. É sempre falar mal, sem efetivamente conhecer a realidade do país. Todas as nações do mundo têm problemas. Não há uma região que seja100% perfeita. Aliás, existe: Shangri-lá.
Existem ações muito boas na Venezuela. Só para citar um exemplo: a Unesco, desde 2003, já considera a nação livre de analfabetismo. Quem acha que a Venezuela era melhor antes, está enganado.
Poderia escrever páginas e páginas sobre as relações entre os países. Mas o tempo não me permite. De qualquer maneira – e já finalizando – apesar de não ser economista, acredito que seguir a política econômica do atual governo me parece sinal de inteligência. Somos o grande líder da América Latina. E isto não pode morrer.
Mas para tentar minimizar a falta de informações latino-americanas, ou melhor, o conhecimento, na maior parte das vezes, apenas de agência, será preciso um trabalho muito duro. E será preciso estar com mente e coração abertos.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Eleições 2010: uma cidadã escrevendo suas emoções
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muito bem! concordo... seria sinal de sabedoria e seriedade deixar um pouco a vaidade de lado e pensar mais no global. independente de ter votado na Dilma, agora ela é a presidente, e não devemos deixar a dor-de-cotovelo falar mais alto... nosso país deve (e tem) que continuar a crescer. viva Brasil!
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